Arqueologia subaquática – Património debaixo de água

A maior parte do planeta Terra é constituída por água: oceanos, mares, rios, lagos, etc. O mar permitiu o conhecimento do mundo e a aproximação entre os diversos povos e lugares. Nessa exploração foram de grande importância as viagens efetuadas pelos navegadores portugueses, na época áurea da nossa história. “Sob a superfície dos nossos oceanos, mares, rios e terrenos alagados jazem os vestígios arqueológicos do passado, preservados nas linhas costeiras pré-históricas e históricas, em naufrágios, cidades submersas, obras portuárias ou através de outros tipos de testemunhos das atividades dos nossos antepassados, que recebem o nome de sítios arqueológicos.

A Arqueologia é a ciência que estuda as sociedades passadas através da análise e interpretação dos seus restos materiais (cultura material) nos seus devidos contextos.

A Arqueologia Subaquática dedica-se ao estudo dos artefactos que se encontram submersos, restos de navios afundados, de povoações pré-históricas inundadas, pântanos ou lagos onde pessoas depositaram oferendas ou enterraram os seus mortos, cidades e zonas portuárias inundadas devido a variações do nível do mar, habitações e sítios agrícolas ou industriais situados ao longo das margens de rios, bacias e lagos, além de outros.

Os artefactos retirados destes locais seguem, depois, para laboratórios, para se proceder ao seu estudo, tratamento e conservação.

Os restos que permanecem imersos durante longos períodos exigem especiais cuidados, pois uma mudança súbita de ambiente e o contacto com o ar, podem desencadear a sua rápida destruição. Assim, no caso de não existirem instalações apropriadas e recursos, será preferível deixar os artefactos no ambiente subaquático original.

A caça às relíquias que se encontram debaixo de água, a pilhagem clandestina e a intervenção não especializada são fatores que colocam em risco a manutenção dos vestígios arqueológicos que se encontram em meio subaquático, podendo originar a perda irreparável da herança cultural coletiva da sociedade.

“Em Portugal, a arqueologia subaquática, como projeto global, nasceu no início dos anos oitenta no quadro do Museu Nacional de Arqueologia de José Leite de Vasconcelos, beneficiando da experiência pioneira de diversas personalidades e instituições. Mas só em 1997, com as profundas modificações da arqueologia portuguesa, saídas do movimento de preservação das gravuras rupestres de Vale do Coa, viria a ser criado o Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática (CNANS), no âmbito do então Instituto Português de Arqueologia.

Com a fusão do Instituto Português de Arqueologia com o Instituto Português do Património Arquitectónico, em 2007, de onde resultou o Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, a gestão deste património ficou inserido na Divisão de Arqueologia Náutica e Subaquática do IGESPAR, cuja responsabilidade é  promover a sua salvaguarda, estudo e valorização, seja do património móvel seja do imóvel, classificado ou em vias de classificação, bem como dos bens não classificados, situados ou não nas reservas arqueológicas de proteção.

A esta Divisão compete ainda a fiscalização e o acompanhamento técnico da realização de trabalhos arqueológicos relativos a este património, e a promoção e o apoio à realização da carta arqueológica do património cultural náutico e subaquático nacional, no âmbito da Carta Arqueológica de Portugal. “

Fontes: Society for Historical Archaeology – acuaonline.org; www.igespar.pt; Revista Visão, 2/10/11; imagem tvnet.sapo e editora Temas e Debates

Para ver um vídeo da Visão clique aqui: http://clix.visao.pt/video-a-costa-dos-tesouros=f625406

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